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As Diferentes Formas de Celebrar a Morte

Categoria Fé e espiritualidade Homenagem Luto

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As Diferentes Formas de Celebrar a Morte

Muitas pessoas se surpreendem com a diversidade de formas de se celebrar a morte existente no mundo. Mesmo no mundo ocidental podemos nos surpreender com a variedade de formas existentes. Muitas vezes é de maneira discreta, introvertida e/ou silenciosa que as pessoas se manifestam. Outras vezes, essas manifestações são pouco discretas, ruidosa envolvendo músicas e festas. O que sabemos é que, são as crenças de cada povo, a maioria delas de cunho religioso, que determinam as diferentes formas de se vivenciar o luto.

O Dia de Finados, 2 de novembro, dia dos fiéis defuntos,  celebrado pela Igreja católica, é o dia de rezar pelos falecidos para homenagear os mortos. Na tradição cristã, o dia de finados, muito além de um feriado, deve ser entendido como uma oportunidade dos fiéis rezarem pelos entes queridos na busca da plenitude diante de Deus.

Desde os primeiros séculos, os cristãos costumavam rezar nos túmulos de seus mártires e de seus entes falecidos. Mas, foi no século XIII, que o dia dos fiéis defuntos (dia de Finados como se popularizou), passou a ser celebrado em 2 de novembro, em sequência à solenidade comemorativa dia 1 de novembro, considerado o dia de Todos os Santos.

A Igreja católica tem por tradição celebrar o que provém da experiência de fé na comunidade cristã. A igreja acredita que Santo Isidoro de Sevilha atribuiu o fato de oferecer orações aos mortos a um costume que provavelmente tenha sido ensinado pelos apóstolos, celebrando o mistério pascal. Diante da morte, a igreja católica prega a esperança que deve brotar no coração dos cristãos e que devem compreendê-la na perspectiva da ressurreição de Cristo. Segundo a igreja católica o verdadeiro significado do dia de finados só pode ser encontrado no amor de Deus.

Na tradição judaica o ritual chamado de keriá é um sinal tradicional de luto desde os tempos bíblicos e representa obrigação de ordem rabínica muito rigorosa. Consiste em fazer um rasgo na roupa de quem está de luto. Esse ritual representa uma forma de descarregar a dor e a angústia com a perda de um ente querido.

É também costume da tradição judaica as pessoas que acompanham o caixão fazerem rápidas paradas antes de chegarem ao túmulo. Simbolicamente, essas paradas demonstrariam a relutância dos parentes em se separarem do falecido. O enterro também é feito sem enfeites, flores ou ornamentos no caixão, respeitando o falecido pela simplicidade. Os judeus não cultuam seus mortos, mas diante da morte reafirmam a vida, e traduzem a memória em ação. Durante sete dias, após o enterro, os enlutados judaicos ficam em casa, e não fazem nenhuma atividade de lazer ou de trabalho. Nesse período, conhecido como de shivá, os parentes e amigos realizam serviços religiosos em visitas pela manhã, tarde e à noite à casa dos enlutados.

Para os mexicanos, entre os dias 1 e 2 de novembro, os mortos teriam a permissão divina de voltar para visitar parentes e amigos vivos. Nesses dias para receber os parentes, as pessoas enfeitam suas casas com flores, velas e incensos, preparam as comidas preferidas de quem partiu, usam máscaras de caveira, vestem roupas pintadas de esqueleto ou fantasias de morte. No México, as festas do Día de Muertos começam a partir do dia 31 de outubro, coincidindo com o dia das Bruxas ou Halloween comemorado nos Estados Unidos.

Já na China, os rituais mudam conforme a região do país. Os chineses seguem as tradições específicas do budismo e cristianismo. As tradições de luto na China podem, também, apresentar diferenças de acordo com a causa da morte; a idade do falecido; o status social e de relacionamento de quem morreu.

De forma geral, a cerimônia do funeral dura sete dias, e os enlutados usam roupas conforme o relacionamento que tinham com o falecido. Os filhos usam roupas em preto e/ou branco, e caminham na frente da procissão para o cemitério. Os netos usam roupas azuis. O uso da cor branca simbolicamente lembra a morte, enquanto o vermelho se relaciona a momentos felizes, como festas. Na China, o número três é bastante significativo sendo costume as pessoas fazerem três vezes um mesmo gesto.

Para os chineses, viver mais de 80 anos é considerado uma característica digna de celebração, e os enlutados celebram mais a longevidade da pessoa do que o falecimento. O anúncio do falecimento é anunciado por convites brancos, enviados aos parentes e amigos. Se o falecido tiver mais de 80 anos, os convites podem ser da cor rosa.

No Islã, os preparativos para o funeral são feitos rapidamente, em respeito ao falecido. Os jazigos não recebem muitos ornamentos. Todos os muçulmanos são enterrados da mesma forma, com simplicidade e sem diferenciações. É possível colocar flores sobre as sepulturas. Nos dias seguintes ao funeral, os familiares fazem leituras do Alcorão em casas e mesquitas, em reuniões discretas, além de realizarem doações a comunidades carentes. Para os muçulmanos, o luto deve ser celebrado com equilíbrio e discrição. Ao receber os pêsames dos amigos e familiares, o enlutado comporta-se com serenidade à espera do consolo de Deus.

Um dos deveres religiosos da religião islâmica é a oração do funeral, de obrigação coletiva. Se for realizada por um muçulmano, as outras pessoas estão isentas. As pessoas, ainda em vida, costumam escolher quem irá orar sobre em seu funeral. Logo após, a sequência segue por preferência ou obedece a uma ordem hierárquica.

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